
14º International Uranium Film Festival Rio de Janeiro na Cinemateca do Museu de Arte Moderna - 17 a 31 de maio de 2025.
COMUNICADO DE IMPRENSA
Uranium Film Festival 2025 anuncia vencedores premiados no Rio / 14º International Uranium Film Festival do Rio de Janeiro na Cinemateca do Museu de Arte Moderna
Rio de Janeiro - Sábado, 31 de maio de 2025, aconteceram duas finais simultaneamente: A final da Liga dos Campeões da UEFA, em Munique/Alemanha, e o final da 14ª edição do International Uranium Film Festival, o Festival de Cinema da Era Atômica, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio). O festival se concentrou este ano na memória dos 80 anos dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki. Na abertura, dia 17 de maio, o festival teve a honra de contar com a presença do Cônsul Geral da Itália Massimiliano Iacchini. E no encerramento, a honra foi receber o Cônsul Geral Adjunto da Alemanha Joachim Schemel.
"Quando selecionamos as datas para o Uranium Film Festival Rio de Janeiro de 2025, há um ano atrás, não sabíamos que a data da nossa premiação seria no dia da decisão do campeonato de futebol europeu, e muito menos que os finalistas da Liga dos Campeões seriam times da França e da Itália, PSG e Inter de Milão. Premiamos filmes da Itália e da França, além disso o prêmio de melhor documentário foi para um filme sobre campeonato de futebol americano em Nagasaki. Tantas coincidências demonstram o quanto nosso festival é inusitado e único no mundo", afirma a diretora executiva do festival, Márcia Gomes de Oliveira (Foto de Fernando Alvim).
Em Munique, o vencedor foi o PSG, que conquistou a Liga dos Campeões pela primeira vez na história. No Rio de Janeiro, o grande vencedor foi Nagasaki.
O diretor americano Greg Mitchell ganhou o prêmio de Melhor Documentário por "The Atomic Bowl: Football at Ground Zero - and Nuclear Peril Today" (Campeonato Atômico de Futebol Americano no Marco Zero e o Perigo Nuclear Hoje). O filme traz considerações inéditas, revelando um novo lugar na história para Nagasaki. E os diretores americanos Judy Irving e Christopher Beaver receberam o Prêmio Memória por "Nagasaki Journey", pela restauração de um poderoso documentário histórico que conecta a geração jovem de hoje com as vítimas jovens da bomba atômica de Nagasaki. A exibição da versão digitalmente restaurada teve sua estreia mundial no festival que aconteceu na Cinemateca do MAM Rio.
“Ambos os filmes convidam as gerações futuras a conhecer o significado do bombardeio atômico de Nagasaki e jamais esquecê-lo”, acrescenta a diretora do festival, Márcia Gomes.
"Estou emocionado e orgulhoso que meu novo filme tenha estreado hoje à noite no Rio, pois acredito que o Uranium Film Festival seja um dos festivais mais importantes do mundo", disse o cineasta Greg Mitchell, de Nova York, em seu vídeo de agradecimento. "Minha jornada na produção desses filmes e na escrita de livros, começou há mais de quarenta anos, quando passei um mês em Hiroshima e Nagasaki. Entrevistei dezenas de sobreviventes dos bombardeios atômicos e eles têm inspirado meu trabalho desde então, juntamente, infelizmente, com a crescente ameaça de outro ataque nuclear no mundo. Então, obrigado novamente por destacar esses sobreviventes e a necessidade de agirmos hoje para reduzir os perigos nucleares."
Judy Irving e Christopher Beaver receberam o prêmio "Memória" em reconhecimento à restauração de seu filme de 1995, "Nagasaki Journey" (Jornada em Nagasaki) e disseram: "Aceitamos o prêmio com gratidão, em nome das pessoas que aparecem em nosso filme: Sumiteru Taniguchi, Victor Tolley e Itsuko Okubo, cujas vozes e testemunhos continuam a ser ouvidos e reverberam além do tempo de suas mortes. Somos gratos ao Uranium Film Festival por manter suas vozes presentes e vivas para esta geração e as gerações futuras. A questão constante levantada em nosso filme é se Nagasaki será lembrada apenas como a segunda cidade a ser destruída por uma arma nuclear, ou se será a última."
O cineasta italiano Camillo Sancisi recebeu o prêmio de melhor animação por "In Our Hands" (Em Nossas Mãos). "Estou muito feliz em receber este prêmio. Espero que meu curta-metragem possa contribuir para a missão do Uranium Film Festival de conscientizar sobre os perigos e a relevância contínua das armas nucleares, especialmente nestes tempos de crescentes tensões entre potências nucleares e de lideranças cada vez mais frágeis no mundo ocidental", disse Camillo Sancisi.
Seu compatriota Daniele Grosso ganhou o prêmio de melhor animação artística por "The View From The Plane" (Da Vista do Avião"). Ele disse: "Eu sabia que o tema do meu filme seria perfeito para este festival especial, mas estou surpreso e grato pelo prêmio. Espero que seja uma ocasião para redescobrir as poderosas palavras do filósofo Günther Anders contra as armas nucleares."
O prêmio de melhor documentário investigativo foi para o francês "Le Polygone, un secret d'État" (O Polígono, um segredo de Estado), de Cédric Picaud. "Que ótima notícia! Sinto-me honrado e emocionado. Fazer parte da seleção já foi uma vitória para o filme, mas ser premiado significa muito mais. Fico feliz que a história desta pequena vila possa alcançar pessoas do outro lado do oceano. Parece mágica!", disse o jornalista francês Cédric Picaud.
O cineasta britânico Arif Khan, radicado em Tóquio, recebeu o prêmio de melhor documentário imersivo em VR (realidade virtual) por "Address Unknown: Fukushima Now" (Endereço Desconhecido. Fukushima Agora). Arif Khan: "É uma notícia maravilhosa e não poderíamos estar mais emocionados. Este projeto foi um trabalho de amor de todos os envolvidos e este reconhecimento significa muito para nós. Gostaríamos de expressar nossa gratidão ao Uranium Film Festival por nos fornecer a plataforma para compartilhar este projeto, em um evento tão importante que se concentra na energia nuclear e no impacto que ela tem na história e nos dias de hoje. E, claro, nossos mais sinceros agradecimentos aos moradores de Fukushima que abriram seus corações e suas casas para dar vida a esta história."
Last but not least
Por último, mas não menos importante: o cineasta alemão Patrik Thomas, que fala português fluentemente e veio de Munique para receber o prêmio de Melhor Curta-Metragem de Ficção por "Taiwaste" (Lixo Atômico de Taiwan). Um filme brilhante que, de forma sorridente, coloca o público frente a frente com a questão global ainda não resolvida: "O que fazer com o lixo nuclear?" ou "Como nos livrar dele?".
O Cônsul Geral Adjunto para a Alemanha, Joachim Schemel, entregou a Patrik Thomas o troféu do festival na Cinemateca do MAM Rio (Fotos de Fernando Alvim).
"Sou profundamente grato pelo prêmio de melhor curta-metragem para meu filme "Taiwaste" no International Uranium Film Festival. O lixo nuclear é um dos desafios mais urgentes e, ao mesmo tempo, menos visíveis do nosso tempo – uma questão que transcende fronteiras nacionais, gerações e ciclos políticos. Com "Taiwaste", desejo ajudar a trazer esse ponto cego global à consciência pública. A decisão de usar um formato híbrido que combina ficção e documentário, bem como a ideia fictícia de uma instalação descentralizada de armazenamento de lixo nuclear, foi deliberadamente provocativa – não como uma solução, mas como um convite para confrontar o absurdo e a gravidade moral do lixo nuclear, em um mundo em busca de respostas sustentáveis", disse Patrik em seu discurso.
A entrega pessoal do prêmio, pelo Cônsul Alemão Joachim Schemel, foi um momento especial que ressaltou a relevância internacional do festival. "Meus agradecimentos especiais vão para o Uranium Film Festival e seus diretores Márcia e Norbert por seus muitos anos de trabalho incansável nesta importante plataforma. Gostaria também de agradecer ao artista Getúlio Damado, cujo troféu feito de materiais reciclados é um poderoso lembrete de que não temos muito tempo de vida. Participar do festival no Rio não foi apenas uma honra artística, mas também um impulso criativo: inspirou-me a aprofundar ainda mais minha pesquisa sobre energia nuclear no Brasil e na Alemanha. As perspectivas de ambos os países sobre esta questão dificilmente poderiam ser mais distintas — e é precisamente aí que reside um diálogo estimulante e necessário.", finalizou Patrik Thomas.
Apresentação de dança em memória aos 80 anos dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki
Além das exibições de filmes, no dia 29 de maio, uma performance de dança, coreografada especialmente para esta edição do Uranium Film Festival, chamou a atenção do público de mais de 200 pessoas no hall do Museu de Arte Moderna (MAM Rio).
Na performance "A bomba que cai, a esperança que permanece", a Turma Dahlia, composta por 26 alunas do 2º ano do Curso Técnico em Dança da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch (Faetec), sob a direção da professora Luciana Carnout, retratou de forma forte, impactante e emotiva a dor causada aos cidadãos não só de Hiroshima e Nagasaki, mas também, nas periferias do Brasil, onde pessoas vivem, diariamente, a luta de ver um ente querido sair para trabalhar e/ou estudar, sem a certeza de vê-lo voltar para casa.
A performance estabeleceu uma correlação sensível e, ao mesmo tempo, poderosa entre o 80º ano de lançamento das bombas atômicas no Japão e as guerras cotidianas que ocorrem nas favelas do Rio de Janeiro. Embora separadas pelo tempo, pela cultura e pela geografia, essas guerras têm traços comuns: destruição, violência, sofrimento humano, mas também — e principalmente — resistência e esperança. "Queremos que nossa voz atravesse fronteiras, levando solidariedade, respeito e esperança", disseram as estudantes. "A memória de Hiroshima e Nagasaki continua viva, não apenas como uma lembrança de um passado trágico, mas como um chamado para construir um futuro onde a paz seja, de fato, uma realidade."
Foram três semanas de muita informação surpreendente. Uranium Film Festival já consolidado no circuito dos festivais de cinema do Rio, deixa sua marca, apresentando, ao seu público atento, a questão essencial no mundo hoje: a manutenção do estado de paz.
O 14º International Uranium Film Festival (IUFF) do Rio de Janeiro foi realizado na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM Rio) de 17 a 31 de maio de 2025. Foram exibidos 29 filmes atômicos de 17 países, além de uma exposição de pôsters preparados pelas Prefeituras de Hiroshima e Nagasaki para o Uranium Film Festival.
Este festival de cinema único no mundo sobre o tema nuclear e radioativo foi reconhecido pela revista de cineastas de Hollywood, a MoviemakerMagazine, como um dos 25 festivais de cinema mais legais do mundo, em sua lista de 2024. E no início deste ano, os fundadores do festival, Márcia Gomes de Oliveira e Norbert Suchanek, receberam em Nova York, o prêmio "Nuclear-Free Future Award 2025". No segundo semestre, o festival realizará mostras em Berlim e nos Estados Unidos (Window Rock/Arizona e Las Vegas/Nevada). Do Brasil para o mundo, levando arte e informação sobre um dos temas mais relevantes da nossa era. Parabéns a todos os envolvidos!
LISTA DE VENCEDORES
MELHOR FICÇÃO
Alemanha/Taiwan, 2022, Diretor Patrik Thomas, Ficção, 25 min.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Estados Unidos, 2025, Diretor Greg Mitchell, Documentário, 52 min.
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Appreciation - A Survivor´s Story of Hiroshima
Estados Unidos, 2023, Diretores: Michael Dwyer, Chuck Gomez, Produtor: Michael Dwyer, Documentário, 20 min.
Le Polygone, un secret d'État
França, 2024, Diretor e Roteirista Cédric Picaud, Produtor Vincent Gazaigne, Documentário, 53 min.
Address Unknown: Fukushima Now
Japão/Taiwan/Estados Unidos/Reino Unido, 2024, Diretor Arif Khan, Documentário, 25 min.
(Formas de Saber: Uma História Nuclear Navajo)
Estados Unidos, 2025, Diretora Kayla Briët, Documentário, 23 min.
In Our Hands
Itália/Reino Unido, 2024, Diretor Camillo Sancisi, Animação, 5 min.
MELHOR ARTE ANIMAÇÃO
The View from the Plane
Portugal/Itália, 2024, Diretor Daniele Grosso, Animação/ Experimental, 6 min.
PRÊMIO MEMÓRIA
Nagasaki Journey (Digitally Restored Version)
Japão/Estados Unidos, 1995/2025, Diretores e Produtores: Chris Beaver e Judy Irving, Restauração Digital: Gary Coates, Documentário, 30 min.
MENÇÕES HONROSAS
Estados Unidos, 2023, Diretor Nathan Fitch, Documentário, 12 min.
Estados Unidos, 2025, Diretores Ari Beser e Regis Hirwa, Documentário, 6 min.
Reino Unido/Estados Unidos, 2023, Diretor William Nunez, Documentário, 116 min.
Estados Unidos, 2024, Diretor Jeff Gipe, Documentário, 55 min.
Cazaquistão, 2025, Diretora Zhanana Kurmasheva, Documentário, 80 min.
Bélgica/Moldávia, 2024, Diretora Olga Lucovnicova, Documentário, 21 min.
Estados Unidos, 2024, Diretora Wendy Garrett, Documentário, 56 min.
SOBRE O TROFÉU
APOIADORES LOCAIS
Pense globalmente, aja localmente. Agradecimento especial ao Armazém de São Thiago, Esquina de Santa, Bar do Mineiro e Cachaça Magnífica por fornecerem saborosas refeições e bebidas locais para cineastas, público e equipe do festival.
"Aqueles que não conseguem se lembrar do passado estão condenados a repeti-lo."
George Santayana
O Uranium Film Festival depende principalmente de apoiadores individuais.
Doe via Pix uraniofestival@gmail.com
Fundadora, Diretora Executiva & Curadora
E-mail: uraniofestival@ gmail.com
Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch
FAETEC
Diretora de Projetos do New Mexico Social Justice & Equity Institute (NMSJEI)
Coordenadora Uranium Film Festival Window Rock
Principal Man Ian Zabarte
Western Bands of the Shoshone Nation
Nevada - Estados Unidos

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