Rio 2022 Online
Rio 2022 Online
Rio 2022 Online

Rio 2022 Online

11ª edição do International Uranium Film Festival Rio de Janeiro

19 a 29 de maio de 2022
Classificação indicativa: 14 anos
ONLINE - GRATUITO - SEM NECESSIDADE DE INSCRIÇÃO
 
 

SEG 23 MAI 16:00 - ENCONTRO ONLINE !
Indígenas e mineração de urânio 

Uranium Film Festival reune, pela primeira vez na história, o povo Navajo, dos Estados Unidos, que vive há mais de 40 anos com a herança radioativa da mineração de urânio e povos indígenas no Brasil, ameaçados com uma mina de urânio-fosfato, no Ceará. O encontro contará com a participação de Elsie Begay, John Wayne Cly, Elvis Tabajara, Teka Potyguara, Jardel Potyguara e Toinho Gavião. Mediação em inglês e português pelos cineastas Jeff Spitz de EUA e Miguel Silveira do Brasil.
 

YouTube do MAM Rio. Link: https://www.youtube.com/watch?v=JvnF_L1FUnQ

Lista dos filmes

 

A Ilha Invisível (L'Ile Invisible)

de Keiko Courdy, França, 2021. Documentário, 87 min. Japonês com legendas em português. 

As ondas quebram eternamente na costa da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi. Trabalhadores da descontaminação da usina nuclear abrem seus cotidianos para a câmera. Ao lado de uma instalação para queima de lixo radioativo, crianças brincam no chão, sacos pretos cheios do solo contaminado se acumulam, enquanto a grama cresce no meio. O filme relata histórias de pessoas que sobreviveram ao tsunami e foram forçadas a partir, pessoas que voltaram para salvar sua região e pessoas que vieram trabalhar de muito longe por dinheiro, trabalhadores da descontaminação de Fukushima Daiichi. Traumas invisíveis estão por toda parte - uma história de resiliência, falha de tecnologia e a transformação de um território. No Japão, o governo deseja esquecer e seguir em frente, mas os rastros não podem ser apagados tão facilmente. Melhor documentário longa-metragem 10º International Uranium Film Festival 2021. 

Acobertamento Atômico (Atomic Cover-up) 

de Greg Mitchell & Suzanne Mitchell. Estados Unidos, 2021. Documentário, 52 min. Inglês com legendas em português.

Primeiro documentário a explorar os atentados de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, a partir de uma perspectiva única, com palavras e imagens surpreendentes dos bravos cinegrafistas e diretores que arriscaram suas vidas, filmando após a irradiação. O filme revela como esta filmagem histórica, criada por uma equipe de cinejornais japoneses e, em seguida, por uma equipe de elite do Exército dos EUA que filmou os únicos rolos coloridos, foi apreendida, classificada como ultrassecreta e, em seguida, enterrada por oficiais americanos por décadas, para ocultar todos os custos humanos dos bombardeios. Ao mesmo tempo, os produtores da filmagem fizeram esforços heróicos para expor seu filme chocante e revelar as verdades dos bombardeios atômicos que poderiam impedir a proliferação nuclear.  “Atomic Cover-up” representa, pelo menos em parte, o filme que não foi permitido fazer, bem como uma homenagem aos documentaristas de todo o mundo. Melhor documentário de arquivo 10º International Uranium Film Festival 2021.  

África do Sul: vilarejos tóxicos (Afrique du Sud: Townships Toxiques) 

de Martin Boudot. França, 2018. Documentário, 53 min. Francês com legendas em português.

Joanesburgo, capital da África do Sul, é considerada a cidade mais contaminada com urânio do mundo. Lixões, de cerca de 600 minas abandonadas, ficam ao lado de comunidades residenciais, soprando poeira poluída em residências e contaminando o solo e o abastecimento de água. Para ter uma ideia da grande extensão do problema, Martin Boudot e sua equipe de pesquisadores investigam, equipados com um contador Geiger, e descobrem algumas realidades perigosas. 

Bretanha Radiante (BRETAGNE RADIEUSE) 

França, 2019, Direção Larbi Benchiha, Produção JPL Films, France Télévisions, Documentário, 52 min. Francês com ledendas em português. 

Uma reportagem sobre o rastro invisível do urânio na Bretanha, França. 250 minas de urânio foram exploradas na França, de 1945 a 2001, resultando em 252 milhões de toneladas de rejeitos radioativos que permanecem no ecossistema, ou seja, essa extração de urânio produziu resíduos que permanecem prejudiciais à saúde até hoje. Na Bretanha, entre 1955 e 1984, 42 minas de urânio foram exploradas, sendo 26 delas no Departamento de Morbihan. Técnicos independentes medem a radiação no quintal das pessoas e o resultado é mil, duas mil até três mil vezes mais radioativo do tolerável. Nem todos os lugares que a ex-AREVA (empresa do governo francês de energia nuclear, atualmente COGEMA) fez a descontaminação funcionou bem, além dos casos em que ela nunca apareceu para iniciar a descontaminação.

Brincando com urânio (Playing With Uranium)

 

de Daniel Hackborn, Narrado por Lorraine Rekmans, Fotografia de Hana Joosse, Produtor Patrick Borgers. Canadá, 2020. Documentário. 10 min. Inglês com legendas em português.

Filme analisa o legado das minas de urânio exploradas em Elliot Lake e seus arredores, durante a segunda metade do século 20, no Canadá. Os executivos e acionistas da mineração ganharam milhões de dólares, enquanto o povo indígena Anishinaabe, do Serpent River, chama o Elliot Lake de lar e precisa conviver com milhões de toneladas de rejeitos tóxicos e radioativos que foram deixados espalhados pela floresta em lagos e abrigos artificiais. 

Ciganos do mar: a  cúpula de plutônio (Sea Gypsies: The Plutonium Dome)

de Nico Edwards. Marshall Islands, 2021. Documentário. 35 min. Inglês com legendas em português.

No meio do oceano pacífico, o veleiro Infinity e sua tripulação se deparam com uma das ilhas mais perigosas do planeta, berço da bomba de hidrogênio, onde o governo norte-americano detonou entre 1946 e 1958, 67 bombas nucleares. Esse legado repousa numa praia paradisíaca, em uma gigantesca cúpula de concreto em ruínas e desprotegida.

Como o povo da Áustria disse não ao nuclear (Atomlos durch die Macht)

de Markus Kaiser-Mühlecker. Áustria, 2019. Documentário. 74 min. Alemão com legendas em português. 

A Áustria é o único país no mundo que suspendeu a construção de uma usina nuclear totalmente funcional, na última fase da construção, depois de voto popular, em 1978. O filme mostra o multifacetado tema energético, envolvendo tecnologia, saúde, meio ambiente, política e democracia. 

Depois do Dia Seguinte (AFTER THE DAY AFTER )

de Nathan Meltz. Estados Unidos, 2011. Animação experimental. 6 min. Inglês com legendas em português.

Um remake de animação sobre o legendário filme para TV "O Dia Seguinte" (The Day After) de Nicholas Meyer (1983) - uma ficção sobre a guerra atômica entre Estados Unidos e Rússia que mobilizou a sociedade americana e marcou definitivamente a vida de muitos jovens que assistiram ao filme em casa com seus familiares.

Filhos da confiança estratégica (Children of Strategic Trust )

de Stacy Libokmeto. Estados Unidos, 2011, Documentário, 25 min. Inglês legendas em português. 

A "confiança estratégica“ pressupõe um acordo, baseado na condição mutuamente benéfica para os envolvidos. Quando os Estados Unidos decidiram usar as Ilhas Marshall como um campo de testes de bombas atômicas, após a Segunda Guerra Mundial, disseram aos ilhéus que era "para o bem da Humanidade". Nessa troca, as ilhas receberam o equivalente a 1,6 explosões de bombas atômicas de Hiroshima todos os dias, durante 12 anos, de 1946 a 1958. Os testes nucleares americanos terminaram há mais de 60 anos, mas os efeitos perduram na terra e nos corpos dos povos das Ilhas Marshall. 

Fotografia & Radiação (Photography & Radiation)

de Jesse Andrewartha. Canadá, 2018. Documentário. 15 min. Inglês com legendas em português. 

A descoberta da radioatividade, nos anos finais do século XIX, poderia nunca ter ocorrido se não fosse a fotografia. A criação do autorradiograma foi nossa primeira janela para o mundo oculto do reino subatômico. O filme ilumina o vínculo essencial entre a experiência da radiação pela humanidade, o papel da fotografia e o seu poder de atuar como espelho de nosso poder tecnológico e de nossa loucura. Uma jornada pessoal do artista visual Jesse Andrewartha que explora a história do autorradiograma, enquanto cria um novo corpo de trabalho: uma série de autorradiogramas de urânio para a próxima exposição “Transmutations: Visualizing Matter - Materializando a Visão”.

Janeiro de 66 (Enero del 66)

de Jaime García Parra. Espanha, 2022. Ficção. 14 min. Espanhol com legendas em português. 

1966, um casal de turistas está com sua câmera, registrando um passeio tranquilo na praia. Atrás deles, alguns moradores praticam um jogo típico da região. Os turistas são atraídos pelo estranho jogo e decidem gravá-lo, sem saber da hecatombe que acontecerá diante da câmera. Uma comédia que pretende nos ajudar a crescer e a propor novas perspectivas visuais no interior de Almería, região na Espanha, onde caíram acidentalmente quatro bombas atômicas, durante a Guerra Fria. Jaime apresentará seu filme pessoalmente na Cinemateca do MAM Rio de Janeiro. Trailer

Mães Atômicas Refugiadas (Atomic Refugee Moms) 

de Ayumi Nakagawa. Japão, 2018. Documentário, 65 min. Japonês com legendas em português. 

Muitas pessoas acabaram sendo atingidas pela pobreza, depois que o governo japonês cortou os subsídios habitacionais, para aqueles que fugiram de suas casas, após o desastre nuclear de Fukushima. Mães com filhos pequenos são particularmente vulneráveis à pobreza. Este filme apresenta histórias de mulheres que se esforçam para sobreviver em circunstâncias adversas, enquanto a memória compartilhada do desastre nuclear está desaparecendo no Japão. Melhor documentário longa-metragem 10º International Uranium Film Festival 2021.

Medo a flor da pele (Peur à fleur de peau)

de Franck Sanson, Produção Prontoprod & A2Dock Films. França, 2020. Documentário. 55 min. Francês com legendas em português.

Uma coisa que Fukushima, no Japão, e La Hague, na França, têm em comum é o medo do nuclear. Para alguns, tornou-se uma realidade infernal, para outros, uma inquietação sempre presente, consciente ou inconsciente. O filme nasceu de um choque pessoal do autor com o desastre nuclear em Fukushima. O evento despertou memórias há muito esquecidas que, uma vez ressurgidas, evocou uma pergunta muito real: existe o medo do nuclear? 

Miyako  

de Maria Victoria Sanchez Lara e Ari Beser, Produção Kathleen Sullivan. Estados Unidos e Japão, 2020. Documentário animação. 5 min. Japonês, Legendas em português ou Inglês.
Após 20 anos, Miyako Jodai retornou ao local onde sobreviveu à bomba atômica, em Nagasaki. Suas memórias são animadas com os cartões Kamishibai que ela usa para contar sua história.
 

Mustangs & Renegades

de James Anaquad Kleinert. Estados Unidos, 2020. Documentário. 127 min. Inglês.Trailer

Esta é a história que os cavalos selvagens da América nos contam sobre nós mesmos, a globalização e a capacidade de um contador de histórias de perseverar, apesar de ser alvo do governo mais poderoso do mundo. Ao se deparar com um único bando de cavalos selvagens (mustangs) vivendo livremente em Disappointment Valley, no sudoeste do Colorado, Kleinert descobre que as indústrias de extração têm ignorado e pervertido as leis de proteção aos mustangs, colocando em risco o destino desses cavalos e das terras públicas. Fracking de petróleo e gás, urânio e minerações de “terras raras” são imanentes em Disappointment Valley. Com depoimentos do representante do Departamento do Interior, indígenas, políticos, cientistas, advogados, mineiros, cowboys, astros do rock e do cinema, o filme compartilha um olhar revelador sobre o moderno oeste selvagem americano. Um documentário sobre a alma do oeste americano e além! 

Na sombra do Tugtupite (In the Shadow of the Tugtupite)

de Inuk Jørgensen. Groenlândia, 2020. Documentário. 7 min. Inglês com legendas em português. 

Um retrato cinematográfico de desespero e ansiedade em relação a um futuro desconhecido para o povo indígena Inuit da maior ilha do mundo, a Groelândia. O filme questiona a lógica por trás das perspectivas de mineração de urânio passadas e futuras na Groenlândia e como elas estão conectadas à busca de identidade para a nação nascente.

Namíbia, Brasil 

de Miguel Silveira e Elias Lopez-Trabada. Brasil, 2006. Ficção. 10 min. Português com legendas em inglês. Trailer.

Uma abordagem poética e infantil do rescaldo do bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki. A jovem brasileira Namíbia conta ao pai, um dia depois da escola, a história da menina do outro lado do mundo que adoeceu após a catástrofe nuclear, ocorrida há muitas décadas atrás. A menina japonesa tinha apenas dois anos quando uma bomba atômica foi lançada sobre Hiroshima. Aos doze anos, ela finalmente contraiu leucemia e foi hospitalizada. Lá ela dobra um total de mil origamis.  O filme foi trabalho de graduação do cineasta no Columbia College Chicago. Exibido em mais de 35 festivais de cinema, incluindo The Cannes Film Festival 2007 (França), e agora, pela primeira vez no Brasil, no 11º Uranium Film Festival 2022. Miguel apresentará seu filme pessoalmente na Cinemateca do MAM Rio de Janeiro. Estreia Brasil. 

Nosso amigo, o átomo: um século de radioatividade (Notre ami l'atome : Un siècle de radioactivité)

de Kenichi Watanabe, Produção Kami productions. França, 2020. Documentário. 56 min. Francês com legendas em português. 

Os cientistas manipularam com sucesso a energia nuclear. Mas a indústria nuclear civil e militar escondem e minimizam os riscos do átomo. O filme é uma extensa investigação histórica sobre a ligação entre a exposição à radiação e seus efeitos no corpo humano. Do casal Curie à Fukushima, o filme pretende dar sentido às histórias das vítimas irradiadas, ao mesmo tempo em que revela as mentiras do mundo do átomo.

O jardim (The Garden)

de Bill McCarthy. Estados Unidos, 2021. Animação. 7 min. Inglês com legendas em português. 
A estória de uma Xamã cega que começa a plantar nos portões de uma instalação nuclear, criando um gigantesco jardim de girassóis que contagia os funcionários da empresa.
 

O porão (The Basement / 지하실) 

de Choi Yang Hyun, Produção Lee Jieun. Coreia do Sul, 2020. Ficção. 94 min. Coreano com legendas em português..

Guerra nuclear: o que acontece com uma familia na Coreia do Sul? . Uma família se esconde no porão de sua casa, por duas semanas, seguindo a orientação do governo coreano, após Pan-Gyo (o vale do silício coreano) ter sido atacado por uma bomba nuclear. A família começou a lutar para sobreviver no porão, dia após dia... Filme indicado a melhor longa-metragem de ficção do International Uranium Film Festival do Rio

O que os viajantes dizem sobre Jornada Del Muerto (What travelers are saying about Jornada del Muerto)

de Hope Tucker. Estados Unidos, 2021. Documentário experimental. 14 min. Inglês com legendas em português.

Moradores e visitantes do local da primeira detonação de uma bomba atômica no mundo, contribuem para a produção da memória pública, na Bacia de Tularosa, no Novo México (EUA).  O filme é um registro de resistência ao colonialismo nuclear, em memória do 75º aniversário da detonação de armas nucleares nos EUA e no Japão e ao 340º aniversário da Revolta Pueblo de 1680.  "A maneira de Tucker representar o passado histórico nos faz reconsiderar o que o passado histórico deveria ser e que tipo de ação devemos tomar para lembrá-lo." Kim Taein, curador do Museu de Arte Contemporânea de Busan. 

O Retorno do Menino Navajo (The Return of Navajo Boy)

de Jeff Spitz, Produção Jeff Spitz e Bennie Klain. Estados Unidos, 2000. Documentário. 71 min. Inglês com legendas em português. 

O filme narra uma extraordinária cadeia de eventos, começando com o aparecimento de um rolo de filme da década de 1950, que leva ao retorno de um irmão caçula à sua família Navajo. A história exibida neste documentário desencadeou uma investigação federal sobre contaminação por urânio nos Estados Unidos.  Vivendo no Monument Valley, a família navajo Cly tem uma história registrada em fotos, desde a década de 1930, quando passaram a ser fotografados para cartões postais e filmados para faroestes de Hollywood. Mas é a aparição repentina de um filme vintage raramente visto que mais afeta suas vidas.Em 1997, Bill Kennedy, de Chicago, apareceu em Monument Valley com um filme mudo chamado “Menino Navajo” (Navajo Boy) que seu falecido pai, Robert J. Kennedy, produziu na década de 1950. Procurando entender o trabalho de seu pai na Reserva Navajo, Kennedy devolve o filme para os nativos que aparecem no filme. 

Quando a matriarca da família Cly, Elsie Mae Cly Begay, assiste ao filme, reconhece seu irmão mais novo, John  Wayne Cly, que foi levado por missionários brancos, na década de 1950, e nunca mais se ouviu falar dele. Com o retorno do “Menino Navajo”, a família Cly conta sua história com suas próprias vozes, lançando luz sobre o lado nativo da produção de imagens e mineração de urânio em Monument Valley. Vencedor de diversos prêmios, como Prêmio Sociedade de Antropologia Visual e Prêmio de Consciência Social do International Uranium Film Festival 2015.

Operação Flecha  Quebrada. Acidente nuclear em Palomares (Operación Flecha Rota. Accidente nuclear en Palomares) 

de José Herrera Plaza. Espanha, 2007. Documentário, 96 min. Espanhol e inglês com legendas em português.

No meio da Guerra Fria, dois aviões militares da Força Aérea dos EUA colidiram, em janeiro de 1966, e caíram em Palomares (Almería), no Sul da Espanha, com quatro bombas atômicas poderosas de hidrogênio.  Ao atingir o solo, duas bombas explodiram sua carga convencional, o que fez com que o material radioativo de plutônio se espalhasse, devido ao vento forte. Uma bomba permaneceu intacta. A quarta bomba H cai no mar ao largo da costa. A Marinha dos EUA procurou a bomba afundada por semanas. DECLARAÇÃO DO DIRETOR: „Por meio século, 1.500 seres humanos têm vivido enganados e rodeados por vários quilos de plutônio espalhados pelo vento e pela chuva no Mediterrâneo e ao redor. Esta é a história de uma mentira que nasceu durante a Guerra Fria, a ditadura de Franco e a gênese da indústria nuclear na Espanha. Uma história ainda viva, aberta, à procura de uma solução final.“

Pelo seu incansável trabalho dedicado a fazer justiça às vítimas de Palomares, José Herrera Plaza recebeu o Troféu de Honra ao Mérito do International Uranium Film Festival 2019. Estará no Rio apresentando seu filme ao público na Cinemateca do MAM Rio. Livro.

Para não esquecer

de Gabriel Leal, Produção Centeio Filmes. Brasil, 2022. Documentário. 40 min. Português. Estreia Mundial.

Odesson Alves, uma das vítimas do acidente radiológico de Goiânia, vive duas vidas:  uma antes e outra depois do acidente. Pensando em preservar a história do acidente, ele conta como foram aqueles dias na sua perspectiva. Vítima do Césio, Odesson Alves Ferreira, apresentará o filme de Gabriel na Cinemateca do MAM Rio.

Poeira perturbadora (Unsettling dust) 

de Tineke van Veen e Barbara Prezelj, Produção Tineke van Veen. Países Baixos, 2021. Documentário experimental. 9 min. Inglês com legendas em português. Film info.

Fort de Vaujours, a 40 minutos de Paris, era um antigo local secreto para o programa de armas nucleares da França, onde os principais componentes das primeiras bombas atômicas do país foram desenvolvidos, de 1955 a 1997.  Não houve detonações nucleares completas em Vaujours, mas partes do Forte foram cobertas de poeira radioativa. O filme compoe um projeto artístico que explora a experiência corporal da radiação, concentrando-se na relação entre paisagens pós-nucleares, poeira radioativa e respiração. Uma reflexão sobre o que significa viver com a ameaça de contágio, com a dúvida lançada sobre cada respiração sua.

Quarta Guerra Mundial - o corte do Realismo (World War 4 - the Realism cut)

de A.K. Strom. Com Campbell Rousselle e Graham Vincent. Nova Zelândia, 2022. Ficção. 87 min. Inglês com legendas em português. Estreia Mundial. 

Um thriller nuclear com um toque de documentário. Exércitos reais marcham, bombas caem e soldados invadem as praias. A câmara captura uma família no conflito. Eles podem sobreviver quando a guerra total é declarada e as armas nucleares são liberadas? „Quarta Guerra Mundial“ é um thriller nuclear que previu a guerra na Ucrânia três anos antes de acontecer e o filme de guerra nuclear mais assustadoramente real dos últimos dez anos.

Robot Monster Us 

de Lynn Dana Wilton. Canadá, 2014. Animação. 22’’. 

Um uma batalha pela supremacia, quem prevalecerá? "Robot Monster Us" pretende ser uma reflexão sucinta sobre como os humanos causam tanto dano ao meio ambiente, ao ponte de não parecer ser possível que monstros gigantes invasores ou robôs possam fazer algo para superá-lo. Embora a energia nuclear não emita dióxido de carbono da mesma maneira que os combustíveis fósseis, a "fumaça" (animação em areia) destina-se a representar a poluição que frequentemente passa despercebida, como a radiação, resultante da mineração e refino de urânio, além de considerar os custos com o transporte e depósito dos resíduos radioativos.Site.

Sam e a usina nuclear ao lado (Sam and the plant next door)

de Ömer Sami. Dinamarca e Reino Unido, 2019. Ficção. 23 min. Inglês com legendas em português. 

Crescendo nas sombras da mais nova usina nuclear da Grã-Bretanha, Sam, de onze anos, está preocupado com o que isso significa para o mundo ao seu redor e precisa decidir que tipo de pessoa ele quer ser. À deriva entre sua vida cotidiana e seus sonhos, o filme explora temas de esperança, desapego e crescimento. Uma reflexão delicada e sensível sobre a construção, na atualidade, da usina nuclear Hinkley Point C, com dois reatores, em Somerset, Inglaterra.

Sobre o significado de tudo. A rede do físico Hans-Peter Dürr (Vom Sinn des Ganzen) 

de Claus Biegert. Alemanha, 2020. Documentário, 103 min. Inglês com legendas em português.

O filme oferece material excepcional sobre os encontros do físico alemão Hans-Peter Dürr  (1929 - 2014), diretor do Insituto Max Planck de Munique, com os cientistas atômicos Edward Teller e Josef Rotblat - os dois foram envolvidos no Projeto Manhattan, para fazer a primeira bomba atômica nos EUA, em Los Alamos. Quando ficou óbvio que Hitler não construiria uma bomba atômica, Rotblat imediatamente se demitiu de Los Alamos e fundou a entidade „Pugwash“, dedicada a desenvolver e apoiar políticas científicas que promovam um mundo livre das armas nucleares, recebendo por isso, o Prêmio Nobel da Paz, em 1995. Teller ficou e se tornou o "pai da bomba de hidrogênio“. A indagação de Peter Dürr nunca foi tão urgente para ser respondida: „Qual é a relação entre partículas, pessoas e potências mundiais?“

Stalking Chernobyl

de Iara Lee. Ucrânia, Estados Unidos, Bulgária e Eslováquia, 2020. Documentário. 57 min. Inglês, russo e ucraniano com legendas em português. 

Um exame da cultura underground da Zona de Exclusão de Chernobyl. Três décadas após o desastre nuclear mais infame do mundo, a vida selvagem voltou na ausência de assentamentos humanos. Enquanto isso, aventureiros ilegais, conhecidos como “stalkings”, aficionados por esportes radicais, artistas e empresas de turismo começaram a explorar novamente a paisagem fantasmagórica pós-apocalíptica.

Totem & Minério  (Totem & Ore)

de John Mandelberg. Austrália, 2019. Documentário. 97 min. Inglês com legendas em português. 

Um documentário sobre os efeitos das armas e testes nucleares. Começando com a bomba de Hiroshima e terminando no colapso nuclear de Fukushima. As tragédias históricas e o medo contados por testemunhas de bombas atômicas, ativistas, cineastas, artistas, atores, médicos, professores …

Transmutações: visualizando a matéria (Transmutations: Visualizing Matter)

de Jesse Andrewartha, Produção Marcos Fajardo. Estados Unidos e Canadá, 2021. Documentário. 70 min. Inglês com legendas em português.

Um projeto artístico que explora a história, o legado e a radioatividade da mineração de urânio, durante a Guerra Fria, no Canadá e nos EUA. Capturado ao longo de três anos, usando filme de 35 mm e tecnologias digitais, o filme revela o mineral e as pessoas, cujas vidas foram impactadas pelo urânio: ex-mineiros que trabalharam décadas no subsolo, líderes indígenas e ativistas, liderando a tarefa de limpar as minas e os lugares que mudaram o equilíbrio de poder em escala global. 

Urânio amaldiçoado (L’uranium de la Colère)

de Martin Boudot, Produção Luc Hermann e Paul Moreira. França, 2021. Documentário. 50 min. Francês. Legendas em português.

Níger abriga uma das maiores reservas de urânio do mundo. Todos os anos, o país africano produz mais de 2.500 toneladas de yellowcake (concentrado de urânio), criando toneladas de resíduos tóxicos. Perto da mina está a vila de Arlit, onde os níveis de radioatividade excedem aos da zona interditada de Chernobyl. A poeira radioativa da mina é levada pelos ventos para as casas das pessoas, colocando em risco suas vidas e matando a vida selvagem local.  Do Níger, o urânio é enviado para a fábrica de conversão de urânio em Narbonne, na França, que se tornou a porta de entrada do urânio para a Europa. Lá, o urânio é purificado antes de ser enviado para as usinas nucleares, um processo que novamente gera toneladas de resíduos tóxicos. Perto da usina, os níveis de radioatividade são 50 vezes o normal e os ativistas pedem uma regulamentação mais rígida. A equipe “Guerreiros Verdes” (Green Warriors) coleta dezenas de amostras de moradores de Arlit e Narbonne para aprender mais sobre a poluição de urânio que alimenta nossas usinas nucleares. 

Urânio – Torcendo a Cauda do Dragão: A rocha que se tornou uma bomba (Uranium - Twisting the Dragon’s Tail)

de Wain Fimeri, Produção Sonya Pemberton, Genepool Productions, Austrália, 2015. Documentário. 51 min. Inglês com legendas em português. 

Na virada para o século 20, o urânio é praticamente desconhecido. As descobertas de cientistas como Marie Curie, Ernest Rutherford e Albert Einstein desvendaram os segredos do átomo de urânio e nos permitiu perscrutar a própria natureza do universo. Dr. Derek Muller embarca em uma aventura para revelar como, em apenas uma única geração, o urânio se transforma na rocha mais poderosa da Terra e muda o mundo para sempre.

Valentes (BALENTES – I CORAGGIOSI) 

de Lisa Camillo. Austrália e Itália, 2018. Documentário. 84 min. Italiano com legendas em português. 

Após 15 anos morando na Austrália, Lisa volta a sua terra natal, Sardena (uma ilha da Itália), e se depara com misteriosos bombardeios. Ela entra numa aventura, estilo Erin Brockovich, e descobre uma missão secreta da OTAN, com consequências devastadoras para o ambiente, seus habitantes e gerações futuras. Lisa inicia uma jornada para revelar a verdade. E diante essa verdade tao triste, Lisa encoraja os moradores, usando como recurso, a recente descoberta arqueológica dos gigantes do Monte Prama, guerreiros em rocha, prontos para atacarem os invasores com coragem e bravura. "Balentes” é um termo da Sardenha que significa “Soldados da Bravura”, aqueles que lutam pela justiça social, que defendem o fraco do opressor. Todos os personagens do filme são “valentes” que, sem desistir, lutam suas batalhas por sua própria justiça. Melhor Documentário Longa Metragem do International Uranium Film Festival Berlim 2021. 

Vizinho tóxico (Toxic Neighbour)

de Colin Scheyen, Produção Ann Shin e Hannah Donegan. Canadá, 2021. Documentário. 25 min. Inglês, legendas em português.

Eugene Bourgeois não tinha preocupações com a energia nuclear quando montou sua fazenda ao lado da maior instalação nuclear do mundo, em 1974. Ele e sua esposa Ann administraram um negócio de lã de sucesso e ensinaram gerações de pessoas ao redor do mundo a arte do tricô. Eles realmente acreditavam que tinham encontrado o paraíso. No entanto, nas décadas seguintes, Eugene, sua família e seu rebanho de ovelhas foram frequentemente expostos ao sulfeto de hidrogênio, um gás mortal da usina nuclear, que fez com que centenas de suas ovelhas ficassem cegas, nascessem deformadas ou mortas. A indústria negou qualquer ação errada, mas Eugene sempre soube a verdade, e dedicou o resto de sua vida pressionando seu vizinho nuclear por maior transparência e responsabilidade. 

________________________________________________________

 
Serviço:
11º Uranium Film Festival - de 19 a 29 de maio de 2022
GRATUITO
 

Festival presencial na Cinemateca do MAM Rio: garanta seu ingresso gratuitamente em  www.mam.rio/ingressos

Local: Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio)

Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo - Rio de Janeiro / Brasil
Como chegar

Festival online: acesso direto, sem inscrição, de 19 a 29 de maio:  www.vimeo.com/showcase/uranium2022

Mais informações sobre Uranium Film Festival
www.uraniumfilmfestival.org
Rua Monte Alegre 356 / 301
Santa Teresa / Rio de Janeiro / RJ
CEP 20240-195   /  Brasil