Um troféu que é uma obra de arte
O Uranium Film Festival premia a cada edição os melhores filmes e cineastas atômicos com o seu troféu "Hibakusha Nunca Mais". Ao contrário do famoso Oscar de Hollywood, o troféu do Uranium Film Festival não é feito de ouro, mas de lixo reciclável. Cada troféu é uma peça única, confeccionada pelo artista Getúlio Damado e seu filho Victor Damado, conhecidos pelo atelier a céu aberto, no bairro artístico de Santa Teresa, no centro do Rio de Janeiro. Eles usam relógios sucateados para lembrar as bombas atômicas que destruiram Hiroshima e Nagasaki. Os relógios em Hiroshima pararam exatamente às 8:15 da manhã, quando a bomba atômica explodiu em 6 de agosto de 1945. Igualmente em Nagasaki, 11:02 todos os relógios pararam, no dia 9 de agosto de 1945. Homenageamos todas as pessoas radioacidentadas no mundo, todas elas são HIBAKUSHA.


Na primeira edição do Festival, em 2011, o troféu do Uranium Film Festival recebeu da mídia o apelido de "Oscar Amarelo". Mas desde 2016, o festival não tem permissão para usar este nome, porque "Oscar" é "propriedade com direitos autorais, marca registrada e marca de serviço da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas" que respeitamos integralmente. Finalmente em 2024, quando recebemos a notícia do Prêmio Nobel da Paz para a organização de Hibakushas no Japão, Nihon Hidankyo, decidimos nomear o troféu de "HIbakusha Nunca Mais". O curioso é que o troféu sempre foi um Hibakusha, ou seja, ele sempre esteve ali, mas demoramos a perceber que esse era o seu nome. Também foi fundamental receber a aprovação do Sr. Kunihiko Bonkohara, hibakusha sobrevivente de Hiroshima, residente em São Paulo. O Sr. Bonkohara participa do festival desde o início e autorizou o uso do nome Hibakusha em nosso troféu. Dar o nome ao troféu de "HIbakusha Nunca Mais", também faz uma homenagem ao Sr. Takashi Morita, sobreviente de Hiroshima e fundador da associação de Hibakushas no Brasil, falecido em 2024, aos 100 anos de idade, depois de participar com entusiasmo de várias edições do festival no Rio, junto com o Sr. Bonkohara.
O Troféu "Hibakusha Nunca Mais" é um apoio significativo aos cineastas, embora não ofereça premiação em valor monetário a todos os seus premiados, pois ainda não encontramos a consciência e responsabilidade social de patroninadores em potencial para financiar a premiação do único festival de cinema no mundo a abordar os riscos da radioatividade da Era Atômica. No entanto, graças ao Troféu "Hibakusha Nunca Mais", documentários como "High Power", do indiano Pradeep Indulkar, passou a receber grande atenção em todo o mundo. Após receber o nosso troféu, ele foi convidado para uma volta ao mundo, exibindo o seu filme. Além disso, o filme só ganhou permissão para ser exibido em sua terra natal, na Índia, após ser premiado no Rio. Outro exemplo é o filme “Final Picture”, do diretor alemão Michael von Hohenberg, que recebeu o troféu do festival em 2014. Depois do Rio, o filme conquistou Hollywood e recebeu vários prêmios. São apenas dois exemplos de muitos outros!
Os "cineastas atômicos" transformam assuntos tão difíceis - como o processo de mineração e moagem de urânio, questões ligadas à energia nuclear, armas nucleares e todo o ciclo do combustível nuclear - em arte e informação acessíveis à população em geral. Eles iluminam a complexa questão nuclear, muitas vezes colocando suas próprias vidas em risco. Os "cineastas atômicos" são verdadeirors super heróis!
O International Uranium Film Festival conta com mostras competitivas e não competitivas. Dentre as primeiras, são avaliadas duas categorias: curtas-metragens, para filmes com até 40 minutos de duração e longas-metragens, para obras com duração superior a 40 minutos. Também podem ser concedidos, conforme a decisão dos jurados, prêmios especiais.

Foto: Cineastas e produtores com o troféu "Hibakusha Nunca Mais" no Uranium Film Festival Rio de Janeiro, Berlim, Munique e Hollywood: Victoria Gromik (Rússia), Lisa Camillo (Itália), Shoko Hara & Paul Brenner (Japão / Alemanha), Stephen McEveety (EUA) e Sr. Bonkohara (Japão/Brasil), Cláudio Gomez e Roberto Fernandéz (Argentina).