Um dos destaques do 12º International Uranium Film Festival, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de 18 a 28 de maio de 2023, foi a apresentação de dança “O brilho azul da morte”. Apresentação dos alunos da Turma Ismália do Curso Técnico de Dança da FAETEC Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, coordenada pela Prof. Luciana Carnout, relembrando o brilho azul do terrível acidente com Césio 137 altamente radioativo, em Goiânia, em setembro de 1987. (Video)
Libbe HaLevy, produtora e apresentadora do podcast semanal Nuclear Hotseat de Los Angeles, assitiu a apresentação e publicou no seu site: "Cerca de 30 estudantes, todos vestidos de branco, representaram ações cotidianas, como escovar o cabelo, conversar e abraçar os amigos. Nunca pensei em como a dança poderia abordar questões nucleares. Foi profundamente comovente. Desafiou a mim e a todo o público. Os aplausos no final continuaram por vários minutos.“
"Potes de tinta em pó azul foram colocados ao redor do local da dança - o pó azul não era explicado, mas significava Césio 137. Primeiro, uma dançarina pegou o pó azul e borrifou-o inconscientemente em sua roupa branca. Ela tocou e abraçou outros dançarinos – e o azul foi transferido para eles. Então vários pegaram punhados do pó e, à medida que a dança avançava, o azul aparecia em camisas, calças, pele, cabelos, rostos, transferidos inconscientemente no processo de viver suas vidas até que todos ficassem “contaminados” com o pó azul brilhante. Perto do final, os dançarinos começaram a cambalear, tossir e engasgar. Então, quando eles desabaram e ficaram imóveis, uma figura usando um respirador que cobria todo o seu rosto ergueu-se acima de todos eles, em triunfo.
Nunca pensei em como a dança poderia abordar questões nucleares, por isso ver esta performance foi ao mesmo tempo chocante e profundamente comovente. Isso desafiou a mim e a todo o público. Os aplausos no final duraram vários minutos. Esta é a expressão através das artes, usando a dança e a música para contar a história nuclear de uma forma que o lado esquerdo do cérebro não poderia evitar ou argumentar. Pensar que a dança, do conceito à execução, foi criada por um grupo de adolescentes, usando sua criatividade a serviço da consciência nuclear, foi mais do que impressionante. Parabéns à turma e aos professores que os apoiaram.“, finaliza a jornalista e dramaturga Libbe HaLevy que veio ao Rio especialmente para participar do Uranium Film Festival
No dia 13 de setembro de 1987, dois jovens em busca de lixo entraram nas ruínas inseguras do Instituto Goiano de Radioterapia, antiga clínica de tratamento de câncer, na cidade de Goiânia, capital do Estado de Goiás. Eles encontraram uma unidade de radioterapia abandonada com uma pesada cápsula de chumbo que continha 19 gramas de césio-137. Sem conhecer os riscos da radioatividade ou mesmo o nome “radioativo”, pegaram a cápsula, arrastaram-na para casa em um carrinho de mão e venderam a um sucateiro seis dias depois. O curioso sucateiro abre a cápsula e descobre o pó de cristal branco que brilha azulado no escuro, o cloreto de césio-137 - o brilho da morte! "O número de série da fonte radioativa selada não é conhecido, mas, a partir de outras informações, acredita-se que a fonte tenha sido produzida nas instalações do Laboratório Nacional de Oak Ridge (ORNL), nos Estados Unidos da América, por volta de 1970." Agência Internacional de Energia Atômica / AIEA
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