Uranium Film Festival brilhou em Portugal 2019

Uranium Film Festival in Portugal 2019 - Urgeirica Uranium Mine

"Os documentários possuem dados de objetividade, veracidade e realismo da perniciosidade destrutiva e mortal do urânio", Hipólito Velasco Merchán, membro da Plataforma StopUranio

De 12 a 14 de setembro de 2019 brilhou em Portugal nas localidades da Urgeiriça, Viseu e Mangualde o International Uranium Film Festival. 

"Em primeiro lugar, começamos por salientar o nosso grande apreço por este festival de cinema. Foi, de facto, uma das iniciativas culturais e científicas mais interessantes em que tivemos o privilégio de participar. Por isso, desde já, estendemos os meus mais sinceros parabéns aos diretores do festival, Márcia Gomes de Oliveira e Norbert G. Suchanek e à ATMU (Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio) pelo esmero com que organizaram este evento", relataram Catarina Gameiro Minhoto & João Paiva para Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU)

"Cremos que se torna uma tarefa muito difícil tecer conclusões deste festival pela abrangência de temas por ele retratados. Assim, acreditamos que inicialmente há três verbos principais que caracterizam o que vivemos nesses três dias: ver; debater; e, talvez o mais marcante de todos, sensibilizar. Confessamos que não conhecíamos alguns dos casos que me foram dados a conhecer: o futuro incerto do povo Ute do Utah; o, atrevo-me a dizer, escandaloso caso de Palomares, que viveu sob a sombra da mentira durante décadas; e o desespero vivo de Jadugoda cujos habitantes, os Adivasi, são sacrificados sob o argumento vazio do “desenvolvimento” da Índia. Mais conhecida para nós, claro está, é o caso da Urgeiriça, uma terra-mãe para nós, cujos habitantes insistiram em nadar contra a corrente."

"Assim sendo, começamos por evidenciar o seguinte: cada caso é único, mas a realidade é a mesma. Citamos (e salientamos) aqui uma frase do filme sobre Wismut (Yellow Cake de Joachim Tschirner), que dizia que a exploração uranífera estava sob uma “teia de mentiras, propaganda e falta de informação”. Não foi sob estas circunstâncias que se viveu durante a segunda metade do séc. XX em outras minas de urânio? Ou sob Palomares, onde esta teia caiu ao mesmo tempo que chocaram os dois aviões e, onde na atualidade, os Estados Unidos e o (agora democrático) governo de Espanha se recusam a acatar responsabilidade e ainda hoje parece quererem esconder a verdade por trás dos testes oncológicos? Mencionamos ainda Jadugoda onde a situação é dramática e onde, em paralelo com a INB no Brasil, as autoridades insistem na ignorância. Pior que ignorância natural, é uma ignorância consciente, baseada na mentira sobre a verdade."

"As consequências desta atitude por parte das autoridades é clara: milhares de pessoas que sofrem de neoplasias e outras doenças; com condições sociais péssimas; os arredores dessas minas têm bombas-relógio ecológicas, cujo atual avanço da ciência apenas consegue deter e não desarmar; já sem falar dos terrenos e casas contaminados, bem como os ciclos de vida que foram alterados, ora por desastres, ora pela exploração do minério, alterações essas que, muitas delas, ainda desconhecemos em que consistem e em que forma alteraram a vida de espécies e, por consequência, do mundo em que vivemos."

"Para grande choque nosso, tomámos hoje conhecimento que a principal razão pela qual, muitas vezes, a situação ambiental não é tratada e os passivos não são reabilitadas é o facto de o ponto final da produção de combustível nuclear (que é este) ser extremamente dispendioso e sem lucro à espera. As grandes empresas que se encarregam destas centrais nucleares ou moinhos de urânio em fim de vida, não querem gastar ou então poupar imenso dinheiro nesta última etapa. O preço final desta insensibilidade é pago pelas populações das áreas envolventes, é pago pelo ambiente, é pago por todos nós."

"Foram lançados ainda dois desafios neste panorama da luta: em primeiro lugar, lançou-se o apelo à jornalista Mafalda Gameiro, para fazer um novo documentário nas regiões onde atuava a ENU, para dar a conhecer o estado atual da situação nestas; em segundo lugar, foi lançado um apelo à ATMU para ter um papel importante na sensibilização das populações em Portugal que vivem em zonas contaminadas e não sabem."

"Finalmente, tomámos conhecimento com muita satisfação que se realizará no próximo ano um novo Festival Internacional de Cinema em Portugal, desta vez inserido num projeto de âmbito ibérico. Esperamos que almeje tanto ou mais sucesso que a edição deste ano", Catarina Gameiro Minhoto & João Paiva para Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU)

"Los documentales han dado cuenta con objetividad, veracidad y realismo de la perniciosidad destructiva y mortal del uranio y de la peligrosdad de su manipulación. Dar a conocer estos Documentales es, a mi parecer, de obligado cumplimiento, contribuyen a la  protección de la Tierra, evitando la destrucción de la biodiversidad, contribuirán a proteger la salud y a salvar vidas humanas. Agradeceríamos inmensamente su proyección en España, con substitulos en español. Recibid nuestra gratitud y nuestro entrañable afecto", antropólogo Hipólito Velasco Merchán, miembro de la Plataforma StopUranio

Filmes deixaram uma impressão duradoura no público

O relato de Catarina Gameiro Minhoto & João Paiva e o depoimento de Hipólito Velasca mostram que os filmes exibidos em Portugal deixaram uma impressão duradoura no público, especialmente YELLOW CAKE. THE DIRT BEHIND URANIUM de Joachim Tschirner, BUDA CHORA EM JADUGODA (BUDDHA WEEPS IN JADUGODA) de Shri Prakash, HALF LIFE: THE STORY OF AMERICA’S LAST URANIUM MILL (MEIA VIDA: A HISTÓRIA DO ÚLTIMO MOINHO DE URÂNIO DA AMÉRICA) de Justin Clifton e OPERACIÓN FLECHA ROTA. ACCIDENTE NUCLEAR EN PALOMARES (BROKEN ARROW. NUCLEAR ACCIDENT IN PALOMARES) de Jose Herrera Plaza.

"Agradecemos especialmente os cineastas presentes Mafalda Gameiro, Ramsay Cameron e José Herrera Plaza que deram o brilho ao festival e o Professor Dr. Alphonse Kelecom que trouxe sua experiência científica tanto em minas de urânio no Brasil quanto em pesquisas em Fukushima", disse a diretora do Uranium Film Festival, Márcia Gomes de Oliveira. "Além disso o cineasta e escritor JOSE HERRERA PLAZA recebeu em Portugal o nosso Troféu de Honra ao Mérito (Life Time Achievement Award), pelo seu árduo trabalho há décadas em escalerecer e revelar a verdade contra o esquecimento do acidente nuclear de Palomares. No próximo ano, 2020, esperamos levar o Uranium Film Festival de volta a Portugal, mas desta vez também à Espanha, Salamanca, Madri e outros lugares. Gostaríamos de contar com o apoio de todos."

COLABORE

O International Uranium Film Festival somente é possível com doações de pessoas, empresas e instituições conscientes. Faça sua doação por um mundo consciente dos riscos nucleares. Não podemos esquecer as catastróficas consequências como aconteceu em Hiroshima e Nagasaki, Chernobyl, Goiânia ou Fukushima e dos riscos diários da mineração, processamento e uso do urânio e demais minérios radioativos. Entre em contato para mais informações e detalhes bancários: info@uraniumfilmfestival.org

 
Márcia Gomes de Oliveira
Fundadora e Diretora Executiva 
Norbert G. Suchanek 
Idealizador, Fundador e Diretor Geral

 

CONTATO
International Uranium Film Festival
Rua Monte Alegre 356 / 301
Santa Teresa / Rio de Janeiro / RJ
CEP 20240-195   /  Brasil
www.uraniumfilmfestival.org
Email: info@uraniumfilmfestival.org