Prêmio de Honra
Prêmio de Honra

Prêmio de Honra

VENCEDORES DO PRÊMIO HONORÁRIO PELO CONJUNTO DE SUA OBRA

 
Desde 2017, o International Uranium Film Festival (IUFF) homenageia personalidades especiais da “Era Atômica” com seu Prêmio Honorário pelo conjunto de sua obra.  

2023 Vencedora no Rio: Libbe HaLevy

O prêmio honorário pelo conjunto de sua obra do International Uranium Film Festival 2023 foi concedido a uma personalidade especial à cidadã de Los Angeles: Libbe HaLevy, produtora e apresentadora do podcast semanal/programa de rádio Nuclear Hotseat ( www.nuclearhotseat.com) que recebeu em 2022, o Prêmio Nuclear-Free Future Award. “Desde 2011, Libbe HaLevy tem feito um trabalho grandioso e maravilhoso, permitindo que numerosos ativistas nucleares, cineastas e cientistas compartilhassem seus pensamentos e opiniões com centenas de milhares de ouvintes de rádio em todo o mundo”, disse o codiretor e fundador do festival, Norbert G. Suchanek. 

A diretora executiva do festival, Márcia Gomes de Oliveira, e a premiada Libbe HaLevy no Rio de Janeiro, Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM Rio) maio de 2023. (Foto: Felipe Corrêa Ascom Faetec)

2022 Vencedora Online: Elsie Begay

Elsie Mae Begay, a tataravó Navajo de Monument Valley, apresentada no documentário "The Return of Navajo Boy", de Jeff Spitz, recebeu o prêmio Honorary Lifetime Achievement Award 2022 do festival. Desde a década de 1940, a Nação Navajo sofre por causa da mineração de urânio para abastecer o arsenal das armas nucleares dos Estados Unidos da América. Como nenhum outro filme anterior, “O Retorno do Menino Navajo” trouxe esse fato ao público e mobilizou pessoas nos EUA e em todo o mundo. A avó Elsie não foi apenas a personagem principal deste documentário único, ela ajudou muito a sua nação Navajo a espalhar a verdade sobre os terríveis efeitos da mineração de urânio sobre o seu povo.

Com os líderes Navajo, ela pressionou o Congresso dos EUA para limpar minas de urânio abandonadas e as casas radioativas, além de fornecer água potável às famílias Navajo nas comunidades afetadas. Atribuída pela Associated Press por ter desencadeado a primeira limpeza de uma mina de urânio abandonada, a avó Elsie, agora com 82 anos, continua a defender a justiça ambiental. A diretora executiva da IUFF, Márcia Gomes de Oliveira, diz: „Honramos Elsie Mae Begay por sua liderança e contribuições criativas no documentário "The Return of Navajo Boy" e por sua coragem em viajar milhares de quilômetros para conhecer educadores, estudantes, jornalistas e funcionários de governo de todos os Estados Unidos, especialmente em Washington DC. Através de 15 webisódios que mostram o que aconteceu depois do documentário, de suas declarações em exibições públicas e de suas entrevistas com repórteres que escrevem sobre as experiências de vida de Elsie em Monument Valley, sua voz gentil continua a tocar os corações das pessoas em todo o mundo.“

“Juntamente com o diretor de cinema Jeff Spitz e a equipe da Groundswell, vocês conseguiram contar uma história poderosa que mostra a importância da produção de documentários, a cultura Navajo, a história da família e, acima de tudo, os perigos da contaminação por urânio. Por todas essas razões, o 11º International Uranium Film Festival homenageia a tataravó Elsie com nosso prêmio pelo conjunto de sua obra.“New Video with Elsie!

Encontro com Elsie online!  Este excepcional evento online do International Uranium Film Festival reuniu Elsie Begay, John Wayne Cly, o cineasta Jeff Spitz e representantes dos povos indígenas do nordeste brasileiro: Elvis Tabajara, Teka Potyguara, Jardel Potyguara e Toinho Gavião. Moderação inglês/português do cineasta brasileiro Miguel Silveira. Este evento online é uma cooperação do International Uranium Film Festival com a Cinemateca do MAM Rio e Groundswell Educational Films em Chicago. Além do encontro online, o festival transmitiu gratuitamente, de 19 a 29 de maio, dezenas de filmes sobre energia nuclear e riscos do urânio.

2021 Vencedores Online: Embaixador Sérgio de Queiroz Duarte & Documentarista Robert E. Frye 

O International Uranium Film Festival 2021 premiou duas personalidades conhecidas no mundo do desarmamento nuclear com o prêmio honorário pelo conjunto de sua obra: o Embaixador Sérgio Duarte (foto), ex-subsecretário-geral da ONU e Alto Representante para Assuntos de Desarmamento que serviu o Brasil, foi embaixador em vários países e dedicou sua vida para acabar com a ameaça nuclear. E o produtor e diretor vencedor do Emmy, Robert Frye, da cidade de Nova York, que criou "The Nuclear World Project" e dirigiu dois importantes documentários sobre o desarmamento nuclear: "The Nuclear Requiem" e "In My Lifetime".
 
 
Sérgio de Queiroz Duarte diplomata brasileiro que serviu como embaixador na Nicarágua, Canadá, China e Áustria. Duarte foi o Presidente da Conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares de 2005 e foi Alto Representante das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento. Ele foi o Representante Permanente do Brasil junto à ONU em Viena e Presidente do Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica. Duarte é presidente das “Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais”, uma organização fundada em 1957 pelo filósofo Bertrand Russell e Sir Joseph Rotblat para conter a proliferação de armas atômicas. Pugwash ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1995. (Foto à esquerda)
 
Robert E. Frye produtor premiado com o Emmy de programas de notícias e documentários independentes há mais de cinco décadas. Ele nasceu em Syracuse, NY, EUA, e estudou ciência política e história no Hobart College. Em 1958, ingressou no Exército dos EUA. Frye trabalhou no planejamento de armas nucleares enquanto servia na Alemanha. A experiência despertou um interesse vitalício, o que o levou a criar "The Nuclear World Project". A partir dos anos 60, trabalhou na cidade de Nova York; Toronto; Washington, DC e Londres. Seus créditos na ABC News incluem Executivo Produtor de "Good Morning America" ​​e "ABC World News Tonight" com Peter Jennings; produtor sênior do CBC's Weekend e como diretor e produtor independente de vários filmes para a televisão pública, incluindo "In My Lifetime" e "The Nuclear Requiem". Segundo Frye, a obrigação da sua geração é contar a história das armas nucleares, deixar claro os danos indescritíveis que elas causaram e o seu potencial para acabar completamente com a vida no planeta. http://www.thenuclearworld.org (Photo right)
 
Robert E. Frye says: "O reconhecimento do Uranium Film Festival é uma surpresa completamente inesperada e posso dizer que é uma honra. O troféu do Festival será um lembrete para mim do trabalho que tenho pela frente. Claro, posso dizer que o trabalho contínuo de Sergio Duarte é tão importante para o mundo, especialmente suas palavras de sabedoria e liderança ao longo dos anos, agora como presidente da Pugwash International. O Uranium Film Festival é uma instituição única, com todos os filmes escolhidos que homenageiam os dedicados cineastas, cujo trabalho aparece no Festival, chamando a atenção do mundo para os desafios relacionados com a presença contínua de armas nucleares, bem como, o enigma da energia nuclear. Na parede do meu escritório tenho a seguinte citação do músico Leonard Cohen: Tocam os sinos que ainda podem tocar. Esqueça sua oferenda perfeita. Há uma rachadura em tudo. É assim que a luz entra. Obrigado por fornecer a oportunidade para todas essas histórias serem contadas. Mantenha os sinos tocando!"

Entrevista do programa de rádio Nuclear Hotseat com Robert E. Frye(o link é externo)  /    Assista também à live do festival com Sergio Duarte, Robert E. Frye, Cristian Wittmann e o cineasta Miguel Silveira (Português/Inglês)

"The recognition from the Uranium Film Festival  comes as a completely unexpected surprise and may I say honor. The Festival trophy will be a reminder to me of the work ahead. Of course, may I say that the continuing work of Sergio Duarte is so important to the world, especially his words of wisdom and leadership over the years, now as the President of Pugwash International. The Uranium Film Festival is such a unique institution, with all the films chosen that honor the dedicated filmmakers, whose work appears in the Festival, calling the world's attention to the challenges dealing with the continuing presence of nuclear weapons, as well as, the conundrum of nuclear power. On the wall in my office I have the following quote from  musician Leonard Cohen: Ring the bells that still can ring. Forget your perfect offering. There is a crack in everything. That's how the light gets in. Thank you for providing the opportunity for all these stories to be told. Keep the bells ringing!"

Entrevista do programa de rádio Nuclear Hotseat com Robert E. Frye  /   Assista também à live do festival com Sergio Duarte, Robert E. Frye, Cristian Wittmann e o cineasta Miguel Silveira (Portuguese/English)

2019 Vencedores no Rio: Takashi Morita & Kunihiko Bonkohara

Hibakusha do Brasil homenageado no Rio de Janeiro. O 9º International Uranium Film Festival premiou Takashi Morita e Kunihiko Bonkohara, sobreviventes da bomba atômica (hibakushas). Há décadas Takashi Morita, de 95 anos, e Kunihiko Bonkohara, de 78 anos, trabalham incansavelmente no Brasil por um mundo sem armas nucleares e desde o acidente de Fukushima também por um mundo sem energia nuclear. 
 
 

95 anos Takashi Morita (à direita) tinha 21 anos quando os EUA lançaram a bomba atômica chamada “Little Boy” sobre sua cidade, Hiroshima. Kunihiko Bonkohara (à esquerda) sobreviveu à bomba atômica sobre Nagasaki quando era criança. Foto de Nobert Suchanek
 
95 anos Takashi Morita tinha 21 anos quando os EUA lançaram a bomba atômica chamada “Little Boy” sobre sua cidade, Hiroshima. Kunihiko Bonkohara sobreviveu à bomba atômica que foi lançada três dias depois sobre Nagasaki, quando era criança. Alguns dos sobreviventes da bomba atómica – conhecidos em japonês como Hibakusha – faziam parte de uma onda de migrantes do século XX que se deslocaram por todo o mundo em busca de uma vida melhor depois que o Japão se rendeu aos EUA. Alguns vieram morar no Brasil, incluindo Takashi Morita e Kunihiko Bonkohara. Mais tarde, em 1984, Morita fundou em São Paulo a Associação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil, representando os cerca de 100 sobreviventes das bombas atômicas que vieram para o Brasil Veja também o vídeo: Hiroshima 74 anos: Performance em Homenagem às Vítimas das Bombas Atômicas - Hibakusha.
 
Durante o International Uranium Film Festival na prestigiada Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Takashi Morita e Kunihiko Bonkohara receberam o Life Time Achievement Award do festival, um troféu produzido pelo artista brasileiro de resíduos Getúlio Damado. Getúlio cria o prêmio a partir de resíduos que encontra nas ruas de Santa Teresa. Ele também usa relógios antigos para lembrar a primeira bomba atômica lançada sobre Hiroshima. Os relógios em Hiroshima pararam exatamente às 8h15 da manhã, quando a bomba atômica explodiu em 6 de agosto de 1945. 

2019 Vencedor em Portugal: Jose Herrera Plaza

JOSE HERRERA PLAZA, diretor do documentário Operação Flecha Quebrada. Acidente Nuclear em Palomares (Operación Flecha Rota. Accidente Nuclear en Palomares) recebeu durante mostra do International Uranium Film Festival, em Portugal 2019, o Honorary Lifetime Achievement Award pelos seus esforços de investigação e dedicação a longo prazo para desvendar o dramático acidente nuclear em Palomares, a queda de um avião norte-americano que transportava quatro bombas nucleares a bordo em 1966, e pelo seu empenho em garantir que este acidente que causou a contaminação permanente de partes de Palomares com plutônio radioativo não seja esquecido.  
 
José Herrera com o prémio durante o Uranium Film Festival 2019 em Nisa, Portugal. / Foto: Norbert Suchanek /  Mais sobre José: Palomares Memory
 

2018 Vencedor em Berlim: António Minhoto

Na sétima edição do International Uranium Film Festival em Berlim, o festival lembrou os antigos trabalhadores mineiros da mina de urânio da Urgeiriça, no centro de Portugal. Em outubro de 2018, no Cinema Zeiss-Grossplanetarium, António Minhoto, nascido em 1952 em Portugal, recebeu o prémio honorário pelo conjunto da sua obra, em nome de todos os ex-mineiros de urânio, suas famílias e seus descendentes que sofrem as consequências e efeitos da contaminação radioativa. 

António Minhoto é um dos responsáveis ​​pela criação da Associação Ambiental AZU (Ambiente em Zonas Uraníferas) e da Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio em Portugal ATMU (Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio em Portugal) para lutar pelos direitos daqueles que trabalharam na exploração de urânio e que lutaram pela limpeza das minas e rejeitos de urânio.

Minhoto trabalhou no sector administrativo da empresa mineira de urânio de Urgeiriça (Concelho de Nelas, Distrito de Viseu, Província da Beira Alta), de 1976 a 1990, e sempre se preocupou com a qualidade da saúde dos trabalhadores. Ele lembra que a mina não tinha ventilação adequada e o minério de urânio era transportado em caminhões abertos expostos ao vento. Velhas vigas de madeira que serviam de suporte na mina teriam sido utilizadas posteriormente para grelhar carnes ou sardinhas. Durante anos, Minhoto trabalha incansavelmente para dar dignidade às vítimas da mineração de urânio e para que esta parte da história de Portugal não seja esquecida. Durante a cerimônia de entrega de prêmios em Berlim, Minhoto dedicou o Prêmio Uranium Film Festival aos 170 trabalhadores da Urgeiriça já falecidos e a todas as outras vítimas que ainda sofrem com as doenças causadas pela contaminação com urânio. Além disso, Antônio Minhoto convidou o Uranium Film Festival para aconter em Portugal, na Urgeiriça. (Foto: Diretora do festival Márcia Gomes de Oliveira e António Minhoto em Berlim. / Foto Marek) 

Entrevista/vídeo com António Minhoto no Uranium Film Festival Berlin 2018, no Zeiss-Grossplanetarium, 14 Out. 2018.

 

2018 Vencedor em Window Rock: Shri Prakash 

 
O International Uranium Film Festival foi realizado pela segunda vez, em 2018, em Window Rock (Arizona/Estados Unidos), no Museu da Nação Navajo. O cineasta Shri Prakash de Ranchi, na Índia, recebeu lá o Troféu de Honra do festival pelo conjunto de sua obra “por lutar contra a indústria do urânio por mais de 20 anos com sua câmera e por dar às vítimas sem voz do urânio, o povo indígena Adivasi de Jadugoda, uma voz poderosa”. Shri é o diretor premiado nacionalmente do primeiro documentário sobre a mineração de urânio e seus impactos mortais sobre o povo indígena „Adivasi“ em Jharkhand: „Buddha Weeps in Jadugoda“ (Buda chora em Jadugoda). Além disso, Shri co-organizou duas vezes o Uranium Film Festival em 10 cidades da Índia, em 2013 e 2014. . 
 
“Com o nosso Troféu pretendemos também estimular novas produções sobre a mineração de urânio e as consequências da indústria nuclear e ajudar Shri Prakash a continuar com o seu importante trabalho e inspirar outros a seguir os seus passos”, disse o diretor do festival, Norbert G. Suchanek. Site de Shri Prakash: https://shriprakash.com
 

2017 Vencedor em Berlim: Odesson Alves Ferreira

Odesson Alves Ferreira é o sobrevivente do acidente “radioativo” de Goiânia, no Brasil, em 1987. Há mais de 30 anos, Odesson vem educando incansavelmente sobre este acidente causado pelo césio-137, para que não seja esquecido nem repetido. Além disso,fundou e foi por muito tempo presidente da Associação das Vítimas do Césio-137 (AVCésio) e lutou pelo reconhecimento estatal e pela assistência médica adequada às vítimas sobreviventes. 
 
Odesson (à direita) recebendo o Troféu, em Berlim. O fundador do Prêmio Nuclear Livre-Futuro, Claus Biegert (à esquerda), fez a introdução. / Foto: Marek.: Marek.
 
A história de Odesson Alves Ferreira como defensor das vítimas do Césio-137 começa em 13 de setembro de 1987, quando ele tinha 32 anos e trabalhava como motorista de ônibus em Goiânia. Dois jovens em busca de sucata encontraram uma unidade de teleterapia de césio-137, abandonada nos escombros do instituto de tratamento de câncer, no centro de Goiânia. Sem saber do risco mortal, os jovens retiraram o pesado cilindro de chumbo que continha a fonte radioativa, cerca de 19 gramas de césio-137, provavelmente importado do Laboratório Nacional de Oak Ridge. Eles arrastaram a pesada cápsula para casa em um carrinho de mão e se expuseram a altos níveis de radiação. Poucos dias depois, venderam o aparelho para o sucateiro do bairro, Devair Ferreira, irmão de Odesson. Da mesma forma, sem qualquer ideia do risco da radiação, Devair abriu aquela caixa de Pandora radioativa. Ele descobre o pó de cristal branco que brilha azulado no escuro: cloreto de césio-137 - o brilho da morte! Centenas de pessoas em Goiânia foram vítimas radioativas. Odesson foi um dos primeiros fortemente contaminados.  Video Odesson in Berlin: https://www.youtube.com/watch?v=znNTa_QRYAk
 
 

 
 
Norbert G. Suchanek
International Uranium Film Festival 
General Director and Co-Founder
Email: norbert.suchanek@  uraniumfilmfestival.org
 
Márcia Gomes de Oliveira
International Uranium Film Festival
Rio de Janeiro
Executive Director and Co-Founder
Email: uraniofestival@  gmail.com