Um cineasta do Quebec, Canadá, Alain Vézina, recebeu um “Reconhecimento Especial” pelo seu documentário “FREIRAS DE NAGASAKI” (“Les sœurs de Nagasaki”), sobre um grupo de freiras católicas que sobreviveram à bomba atômica que foi lançada sobre Nagasaki há 74 anos. A reportagem é de Independent Catholic News, 07-08-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O filme recebeu o prêmio no IX International Uranium Film Festival, realizado no cinema do prestigiado Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
O júri do festival escreveu: “Com imagens de arquivo únicas, Alain Vézina conta habilmente uma extraordinária história sobre as vítimas e os sobreviventes da bomba atômica (Hibakusha) que ainda não havia sido contada”. O diretor do festival, Norbert G. Suchanek, disse que o público selecionado ficou muito impressionado com o filme.
“FREIRAS DE NAGASAKI” conta a história real de oito freiras católicas do Quebec que sobreviveram à bomba atômica de Nagasaki, no Japão, em 9 de agosto de 1945. Elas haviam sido mantidas prisioneiras pelos japoneses, junto com outros. A bomba libertou essas mulheres, mas as prendeu em uma prisão da mente devido às suas memórias traumáticas desse holocausto nuclear. Algumas dessas freiras escreveram relatos fatigantes sobre o seu cativeiro e a sua terrível conclusão.
FREIRAS DE NAGASAKI - THE SISTERS OF NAGASAKI (Les sœurs de Nagasaki),
Canadá, 2018, Direção Alain Vézina, documentário, 52 min, francês com legendas em inglês. Em 9 de agosto de 1945, uma bomba atômica explode sobre Nagasaki. Mantido prisioneiro pelos japoneses, um pequeno grupo de missionárias católicas, incluindo canadenses, sobreviveu ao bombardeio.Após a rendição do Japão, essas mulheres foram presas em um sanatório, traumatizadas pelas lembranças do holocausto nuclear. Algumas dessas freiras colocaram por escrito a história de seu cativeiro e sua terrível reclusão. Esses documentos preciosos, muitos dos quais nunca antes divulgados, mostram que as prisioneiras não só testemunharam a devastação causada pela bomba atômica, mas também intervieram para ajudar os sobreviventes, especialmente as crianças. Muitos anos depois, algumas das freiras canadenses sucumbiram aos efeitos a longo prazo da exposição à radiação, juntando-se assim às fileiras das 74 mil vítimas de Nagasaki.
Esses preciosos documentos, muitos dos quais nunca haviam sido divulgados antes, mostram-nos que os prisioneiros não só testemunharam a devastação causada pela bomba, mas também intervieram para ajudar os sobreviventes, especialmente as crianças. Muitos anos depois, algumas freiras canadenses sucumbiram aos efeitos de longo prazo da exposição à radiação, juntando-se às fileiras das 74 mil vítimas de Nagasaki. Alain Vézina disse: “É um assunto que estava na minha cabeça há vários anos, mas eu sempre tinha outros projetos. Mas é um assunto lindo, é uma história que merece ser contada”.
Foram necessários dois anos para pesquisar e finalizar o filme. “Inicialmente, havia apenas uma dezena de fotografias, nada mais.” No fim, ele recebeu uma resposta de uma velha freira de 98 anos, que guardava álbuns de fotografias que praticamente ninguém jamais havia visto.
O International Uranium Film Festival é o único festival anual de filmes que destacam as questões nucleares e radioativas: a cadeia do combustível nuclear, a mineração de urânio, as bombas atômicas, as usinas nucleares, os resíduos nucleares e os acidentes nucleares: de Hiroshima a Fukushima. O primeiro International Uranium Film Festival foi realizado em maio de 2011, no Rio de Janeiro. Desde então, tornou-se um evento global com exibições de festivais ao redor do mundo. O festival não tem grandes patrocinadores da indústria e depende principalmente de doações.
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